quarta-feira, 18 de junho de 2014

Perturbações da Aprendizagem

     As Perturbações da Aprendizagem são diagnosticadas quando o rendimento individual nas provas habituais de leitura, aritmética ou escrita for substancialmente inferior ao esperado para a idade, para o nível de escolaridade ou para o nível intelectual. Os problemas de aprendizagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou com as atividades da vida quotidiana que exigem aptidões de leitura, aritmética ou escrita.
     Se um défice sensorial estiver presente, as dificuldades de aprendizagem devem exceder as que estão normalmente associadas com o défice. As Perturbações da Aprendizagem podem persistir na idade adulta.

Características Associadas 

     Desmoralização, baixa de auto-estima e défices nas aptidões sociais podem estar associados com as Perturbações da Aprendizagem. A taxa de abandonos escolares em crianças ou adolescente com Perturbações da Aprendizagem é, aproximadamente, 40%.
Muitos sujeitos com Perturbações do Comportamento, Perturbações de Oposição, Perturbação Hiperactiva com Défice de Atenção, Perturbação Depressiva ou Perturbação Distímica têm também Perturbações de Aprendizagem.

Perturbação da Leitura

     A característica essencial da Perturbação da Leitura é um rendimento na leitura (por exemplo, precisão, velocidade ou compreensão da leitura) que se situa bastante abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do sujeito, do quociente de inteligência e da escolaridade própria para a sua idade. A perturbação da leitura interfere significativamente com o rendimento escolar ou com as actividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.
     Nos sujeitos com Perturbações da Leitura (também chamada "dislexia"), a leitura oral é caracterizada por distorções, substituições ou omissões; tanto a leitura oral como a silenciosa são caracterizadas por lentidão e erros na compreensão.

Perturbação da Escrita

     A característica essencial da Perturbação da Escrita é uma aptidão para a escrita que se situa substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, QI e escolaridade própria para a sua idade. A perturbação na escrita interfere significativamente com o rendimento escolar ou com atividades da vida quotidiana que requerem competências de leitura. 
     Há geralmente uma combinação de défices na capacidade do sujeito para compor textos escritos, evidenciada por erros gramaticais ou de pontuação na elaboração das frases, organização pobre dos parágrafos, múltiplos erros de ortografia e uma grafia excessivamente deficitária.
     O diagnóstico, em regra, não se faz se apenas existem erros de ortografia ou uma má caligrafia na ausência de outras anomalias da expressão escrita. 
Comparada com outras Perturbações da Aprendizagem, a Perturbação da Escrita e o seu tratamento são relativamente menos conhecidos, particularmente quando ocorrem na ausência da Perturbação da Leitura.


Perturbação do Cálculo

     A característica essencial da Perturbação do Cálculo é uma capacidade para o cálculo que se situa substancialmente abaixo do nível esperado em função da idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade. A perturbação do cálculo interfere significativamente com o rendimento escolar e com atividades da vida quotidiana que requerem competências aritméticas.
     Na Perturbação do Cálculo, pode estar diminuído um certo número de competências incluindo as «linguísticas» (por exemplo, a compreensão ou denominação de termos aritméticos, operações ou conceitos e descodificação de problemas escritos em símbolos aritméticos), competências «perceptuais» (por exemplo, reconhecimento ou leitura de símbolos numéricos ou sinais aritméticos e associação de objetos em grupos), competências de «atenção» (por exemplo, copiar corretamente números ou figuras, recordar para juntar no «e vai um» e observar sinais operacionais) e competências «aritméticas» (por exemplo, seguir sequências de passos de aritmética, contar objetos e aprender tabelas de multiplicação).


Almeida, J.N. (2002) DSM - IV - TR. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Lisboa: Climepsi Editores

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